segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Mãe coruja sim!


Eu sei, estou em falta com todas as pessoas que gentilmente acompanham as minhas publicações.

Vocês devem está pensando como é que eu recebo "A" notícia  e não faço um comentariozinho sequer por aqui, né?

Foi por um motivo justo, de verdade.

Todo mundo está careca de saber que o primeiro trimestre de gravidez é marcado por enjoos, uma sono quase incontrolável, indisposição etc.

Só que com a minha pessoa, aliado a todos esses sintomas, vieram umas dores fortíssima.

Os médicos não conseguiram encontrar uma causa muito concreta para essas dores, já que os exames de ultrassom demonstravam que estava tudo correndo perfeitamente (graças a Deus!!) com a gravidez. 

Quando engravidei da outra vez, senti essas mesmas dores (o que levou, inclusive, a um falso diagnóstico de gravidez ectópica).  Quando realizei a cirurgia e o corpo lúteo foi retirado, a dor passou de imediato. 

A única explicação possível para essas dores foi a de que eu tenho uma sensibilidade a mais, que me faz sentir dores em uma intensidade muito maior do que as outras mulheres.

Só sei que como consequência dessa novelinha, eu tomava analgésico a cada 4 horas. 

Resultado: além do sono que já é peculiar a essa fase da gestação, o meu foi multiplicado por mil por causa dos efeitos colaterais dos analgésico.

Um belo dia, eu resolvi ter a primeira atitude corajosa (ha ha) como mãe! Decidi que não queria mais ficar tomando tanta medicação. Resolvi que quando a dor viesse, eu me manteria firme e aguentaria até passar (a dor forte durava cerca de 10 minutos. É exatamente isso que você está pensando: tinha até tempo de duração?! Coisa de louco mesmo...).

E assim eu fiz. Realizei uma espécie de desmame dos analgésicos, passei a aguentar firme a dor e com o transcorrer das semanas ela foi se espassando, até que completei as 12 semanas, a placenta assumiu a função que lhe cabe, o corpo lúteo desapareceu e juntamente com ele as dores também.

Foi então que eu comecei a me sentir uma grávida mais "normal" e feliz da vida!

Justificado o sumiço?








quarta-feira, 6 de agosto de 2014

“Será que nesse mês deu certo, em?”



Eu preciso confessar uma coisa: eu ando me distanciando cada vez mais dos babys assuntos. 

Diversas outras coisas estão ocupando minha mente e meu coração.  Eu não consegui engravidar ainda e estou bem feliz (não por isso, lógico). Até bem pouco tempo isso me parecia de uma incompatibilidade absoluta!

Por mais distante que esteja do assunto, quando se aproxima o 30° dia do meu ciclo, começa a novelinha mexicana.

Eu sou capaz de dar um doce se descobrir alguém que tem uma menstruação mais louca que a minha!

Mesmo assim, o desejo fala mais alto e eu deixo toda a racionalidade de lado. “Esqueço” que tenho um ciclo irregular e que o fato de eu não menstruar no 30° dia do ciclo não representa (nem de longe) um sinal de que estou grávida.

Dá-se início ao “será que nesse mês deu certo, em?".

Os dias subsequentes são de pura expectativa, até a indesejada chegar.

E essa cena se repete todos os meses.

No último mês, eu comecei a sonhar todas as noites com um bebê. Devo agendar uma consulta com o psiquiatra?

Sim, o sonho. Não tinha muita coisa, era só eu sentindo um prazer indescritível por estar com o bebê nos braços. Acordava como se aquilo fosse verdade e sentindo uma felicidade incrível. Eu comecei a me sentir grávida.

 E a menstruação atrasou 10 dias. 

Passei a receber, diariamente, mensagens (no plural mesmo) através do whatsapp com a mesma pergunta: veio? 

A expectativa, agora, não era mais só minha.

Só que eu não queria fazer outro beta sem ter “certeza” da gravidez. Não só pela frustração de abrir mais um envelope com o “negativo”, mas também porque já estou com vergonha do pessoal do laboratório. 

 Eu tenho a sensação de que quando estou chegando próximo à porta, eles comentam “lá vem aquela mulher do beta”.

Enfim, resolvi ir primeiro a minha ginecologista. Falei que só faria outro exame de sangue se houvesse algum indício clínico de uma gravidez. 

Ela fez um toque e além da ausência de sinal de menstruação, ela falou que o colo do meu útero estava mole. Mandou fazer o beta sim.

Bingo?!

Por mais que eu não quisesse me animar muito, a emoção tomava conta de mim. Fui deitar pensando em como eu iria dar a notícia para cada pessoa que espera por ela há tanto tempo.

 E assim adormeci.

De manhã cedo, resolvi encarar a vergonha. Eu sempre vou ao mesmo laboratório porque é o que entrega o resultado com maior rapidez.

A recepcionista perguntou: já tem cadastro aqui? Eu respondi: sim, sou a louca do beta. Ela: oi?! 

Fiz o teste e fui trabalhar. Por sorte, eu estava bem ocupada naquela manhã, o que me obrigou a ficar com a mente preenchida por boa parte do tempo que esperava.

Por outro lado, eu nem estava com tanta pressa para pegar o resultado, porque eu já “sabia” que ia dá positivo mesmo.

Contrariando toda a minha intuição de m..., veio mais um negativo. 

E por mais lindo que o dia estivesse lá fora, o meu mundo ficou nublado...

Eu não chorei na hora. Mas à noite, eu tive uma crise de choro como nunca antes.

Dos sonhos de como contar a boa nova ao coração em caquinho, mais uma vez. 

Pelo menos 01 dia, durante o mês, de uma "tentante" termina assim:




quinta-feira, 24 de julho de 2014

Teste de fertilidade



Quem andou conversando comigo nos últimos tempos escutou eu afirmar que estou meio assim, sei lá, sem muita disposição para fazer isso ou aquilo para engravidar. Entrei em uma de acreditar verdadeiramente que quando estivermos prontos (papai, mamãe e bebê) ele simplesmente virá.

Mas... quem é (ou foi) uma tentante de verdade sabe que desapegar totalmente da ideia é impossível! E que por mais que nós acreditemos que quando for “a hora certa” o filhote chegará, a gente sempre pensa “por que não dar uma forcinha à natureza?"

Apesar de estar a mais de um ano tentando engravidar, na minha “santa” ignorância, eu não conhecia uma “ferramenta” simples e que pode ser bastante útil: os testes de ovulação vendidos em farmácias (um método bem mais prático do que a realização do ultrassom seriado).

Li alguma coisa a respeito e sai à procura do tal teste de fertilidade nas farmácias da minha cidade e não encontrei. Então fiz o pedido pela internet (https://www.farmadelivery.com.br/ ). Ficou um pouco mais caro, em razão do frete, mas o teste em si tem um preço bem acessível, entre R$ 25,00 a R$ 35,00.

Como eu não conhecia nem o produto, nem a farmácia, eu encomendei apenas uma caixa contendo 05 fitas testes.

A farmácia foi super pontual no prazo de entrega do produto.

O teste é simples. Ele identifica a presença do hormônio luteinizante (conhecido como LH) no organismo, uma vez que “Durante o ciclo menstrual, somente uma pequena quantidade de LH é produzida, porém, no meio do ciclo, a quantidade deste hormônio aumenta repentinamente por um breve período. Este aumento é chamado de pico de LH e é o causador da ovulação”.



Como eu tenho um ciclo beeeem irregular, fiquei toda animadinha, acreditando que o teste seria de extrema utilidade. No entanto, achei meio decepcionante.

Na bula vem uma tabelinha que relaciona o dia de iniciar os testes com a duração do ciclo menstrual. Assim:


Oras, se o meu grande problema é este, eu nunca sei de quantos dias será o meu ciclo, então, eu fiquei meio perdida de quando começar a fazer o teste.

Na verdade, para fazer o teste com uma probabilidade maior de sucesso, eu teria que ter comprado no mínimo duas caixas (10 fitas) e fazer o teste todos os dias, até aparecer as benditas duas listinhas rosas (as sonhadas duas listinhas, até no teste de fertilidade é difícil!).

Enfim,  no meu caso, com apenas 05 fitas teste e com um ciclo louco, o teste não foi útil. Ainda vou decidir se peço o estoque inteiro da farmácia e faço todos os dias até aparecer as duas listinhas rosas ou não. 

Também vou decidir se volto a minha ginecologista para saber se não seria o caso de tomar o regulador de ciclo novamente. Ou se procuro outro médico que me recomendaram. Não sei. Estou completamente assim, “sei lá”.

Por enquanto, eu ainda continuo sem disposição para retomar a “batalha” para engravidar. E não vou pedir os testes de ovulação. Nem vou a minha médica. Nem ao outro médico.

Por hora, vou continuar sei lá, quieta e esperando para ver se “a hora certa” chegar naturalmente.

Caso mude de ideia, eu aviso.

E vocês, alguém já utilizou o teste? Foi uma experiência mais bem sucedida do que a minha?

Obs.: eu vi que tem uns testes de fertilidade digitais também. Mas o que encontrei vem com apenas sete fitas teste e no site não havia nenhum comentário acerca da venda separada das fitas.

domingo, 6 de julho de 2014

"Eu apenas vivo ao correr do tempo”

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando (...) Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada. Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro... " Clarice Lispector.

Estava eu, despretensiosamente, folheando um dos livros sobre Clarice Lispector, quando me deparo com essa citação. De imediato pensei em transcrevê-la aqui, porque acredito que dificilmente encontrarei outra que traduza de forma tão fiel a “filosofia” desse blog.

Já declarei que minha relação com a escrita é terapêutica. Escrevo por uma necessidade minha.

Não me entendam mal. Eu fico super contente quando sei que alguém leu um dos meus posts. Eu amo receber comentários, e-mail ou mensagens in box de pessoas que se identificaram com o que escrevi. Eu me sinto extremamente feliz - e como se tivesse recebido uma espécie de recompensa - quando alguém vem me dizer que está acompanhado o blog ou que se sentiu emocionado com algumas de minhas palavras. "Encontrei nisso um prazer que não consigo traduzir", de verdade.

Eu só tento deixar claro que o objetivo do blog não é o de escrever textos “técnicos”, abordando de maneira quase profissional como engravidar ou acerca da gravidez, bebês ou maternidade - muito embora eu esteja começando a ter a sensação de que quando se trata de tentativas para engravidar, eu estou praticamente uma profissional!.

Escrevo com coração e para corações, sobre as experiências de uma pequena parte da minha vida e sobre o modo como tenho me sentido em relação a ela.

De um modo geral, os casais que enfrentam dificuldades para engravidar tendem a esconder. Não sei se por vergonha ou por ser um assunto íntimo demais para tornar público. Talvez, porque em determinados momentos, inevitavelmente, torna-se um assunto doloroso demais para comentar com quem quer que seja.

O fato é que em média entre 15% a 20% dos casais estão “escondidos” passando por essa situação (é exatamente isso que você está pensando: apenas 15% a 20%. Somos 'os escolhidos'!).

Conversar sobre o assunto já não doe tanto. E mesmo que doesse, sou adepta da tese de que dor compartilhada é dor amenizada.

Por isso, aqui estou eu: vivendo, escrevendo e compartilhando.

Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco. Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo” (Clarice Lispector).

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vamos voltar a falar em bebês?



Nessa última semana houve dois acontecimentos marcantes, que me deixaram em uma alegria só: um, foi a notícia de que uma das minhas melhores amigas está grávida; a outra, foi o nascimento de mais uma sobrinha.

Desse jeito, não tinha como não ter inspiração para voltar a escrever, não acham? 

Sendo assim, vamos voltar a falar em bebês.

A atual caçulinha da família chegou fazendo suspense. Durante o segundo jogo do Brasil na copa do mundo, ela começou a dar sinais de que estava querendo vir se juntar à torcida aqui, do lado de fora da barriga da mamãe. Foi apenas o início de grandes expectativas.

Às 5h30 recebo uma mensagem do meu irmão dizendo que eles estão indo ao hospital.

A família toda passou o dia a espera. Fazíamos uma coisa aqui, outra ali, mas sempre de sobreaviso aguardando a ligação informando “nasceu”.

Na parte da tarde, atendendo ao pedido dos futuros papais, fui ao hospital com a irmã mais velha da nova caçulinha e como uma de suas primas. Nossa visita foi rapidíssima. Entre uma contração e outra dissemos um “olá”.

Chegou à noite e o suspense continuou. Eu estava certa de que não iríamos conhecer a nova integrante da família naquele dia. Como estava com dor de cabeça, tomei um banho e fui tentar dormir. Doce ilusão.

Quando estava muito bem deitada, recebo a mensagem pela qual havia esperado o dia inteiro (literalmente): sim, ela vai nascer hoje. Depois de mais de 24h em trabalho de parto, não há mais indicação para ficar esperando o parto natural. Minha cunhada sonhava com isso e foi em busca de realizar esse sonho até onde foi possível. Infelizmente, não deu.

Corro de volta para o hospital. Eles já estavam no centro cirúrgico. Uma “pequena” torcida aguardava ansiosamente do lado de fora.

Esse momento é similar ao da noiva entrando na igreja. Falta apenas ter um música clássica como a marcha nupcial tocando. É irrelevante se o casamento não é um mar de rosas sempre ou o quão difícil, em alguns momentos, a vida pode se tornar. É um momento emocionante e único.

Só que muda o protagonista. Todos ficam aguardando ansiosos a tão esperada cena: o pai (com cara de bobo) saindo da sala de parto trazendo no colo um pacotinho lindo: o mais novo membro da família.


E os titios, titias, vovós e amigos próximos declarando, silenciosamente, com o coração "Seja muito bem-vinda!"



domingo, 15 de junho de 2014

amor | s. m.




Comentei em um dos posts anteriores que eu estava me sentindo de férias das tentativas para engravidar. Estou achando que a minha criatividade também saiu de férias. Nada que eu penso em escrever me agrada.

No entanto, chegou o dia dos namorados. E mesmo diante da euforia da abertura da copa do mundo no Brasil, as redes sociais ficaram repletas de fotos e declarações de casais apaixonados.  Selecionei uma foto com o meu “namorado” e pensei em colocar na legenda “o amor da minha vida”. Só que aí eu lembrei que constantemente eu pergunto às minhas sobrinhas (a todas) “você sabe que você é o amor da minha vida?”. 

Enfim, troquei a legenda da foto e fui dormir pensando no “amor da minha vida”. 

Então eu me dei conta do óbvio: é engraçado como o nosso coração comporta diversas categorias de amor e todos são “o amor maior do mundo” dentro de sua categoria. Não cabe “ponderação de amores”. Um nunca se sobressairá em relação ao outro.

O nosso primeiro contato com o amor é com o amor dos nossos pais. Seja dos nossos pais biológicos ou de alguém que escolheu cuidar de nós, esse amor é perfeito, por mais imperfeito que os pais sejam. É bem provável que seja essa a razão pela qual algumas pessoas são tão exigentes quando, mais tarde, vão vivenciar o amor romântico. Deve ficar gravado na nossa memória essa forma sublime de amor. Quando é chegado o momento do “homem deixar o pai e a mãe, para se unir à sua mulher” a malinha sai carregada com expectativas  exageradas.

Tem o amor que você dedica ao seu companheiro, aquele que está ali ao seu lado diariamente, apoiando os seus projetos mais loucos, compartilhando aflições e alegrias que só vocês dois conhecem. Superando desafios e crises que - no final das contas - servem mesmo é para construir uma amizade e companheirismo que tornam o amor entre vocês mais sólido e resistente.

O amor de irmãos. Não, não consigo imaginar minha vida sem essas criaturas. Quando criança, eles conseguem fazer com que nossos sentimentos oscilem do amor ao ódio em questão de segundos, mas, por favor, não mexam ou falem mal deles, porque certamente nós iremos defendê-los com unhas e dentes.

São eles – os irmãos - que nos proporcionam o amor de tia/tio. Já dediquei um post inteirinho só para esse amor.
 
O amor aos filhos? Vou me abster de proferir qualquer comentário a respeito, pelo menos por hora.

Não esqueci o amor de amigos. Esse, com tantas subespécies, é aquele amor que faz a vida ficar mais colorida.

Ah... e o amor aos nossos animais de estimação? É impossível se sentir sozinho quando nos propomos a criar um bichinho.  Quando a gente menos espera, já são membros da família. Desperta nossos instintos de cuidado e proteção. Faz a gente se sentir a pessoa mais importante do mundo cada vez que chegamos em casa. Quem tem um animal em casa sabe exatamente o que eu estou falando. Quem não tem, apenas conseguem visualizar o trabalho que eles dão.

Para mim, todas as categorias de amor dão trabalho. Uns mais ou outros menos. Todos um dia vão nos decepcionar. Mas por todos eu continuarei a ter o maior amor do mundo.

Eu fui sincera quando pensei na legenda para a foto com o meu "namorado". Eu sou sincera quando falo o mesmo para as meninas. Cada um, dentro da sua categoria, é o amor da minha vida.