"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando (...) Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada. Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro... " Clarice Lispector.
Estava eu, despretensiosamente,
folheando um dos livros sobre Clarice Lispector, quando me deparo com essa citação.
De imediato pensei em transcrevê-la aqui, porque acredito que dificilmente encontrarei
outra que traduza de forma tão fiel a “filosofia” desse blog.
Já declarei que
minha relação com a escrita é terapêutica. Escrevo por uma necessidade minha.
Não me entendam mal.
Eu fico super contente quando sei que alguém leu um dos meus posts. Eu amo
receber comentários, e-mail ou mensagens in box de pessoas que se identificaram com o que escrevi. Eu me sinto extremamente feliz - e como se tivesse recebido uma espécie de recompensa - quando alguém vem me dizer que está acompanhado o blog ou que se sentiu emocionado com algumas de minhas palavras. "Encontrei nisso um prazer que não consigo traduzir", de verdade.
Eu só tento deixar
claro que o objetivo do blog não é o de escrever textos “técnicos”,
abordando de maneira quase profissional como engravidar ou acerca da gravidez, bebês ou maternidade - muito
embora eu esteja começando a ter a sensação de que quando se trata de tentativas para engravidar, eu estou praticamente uma profissional!.
Escrevo com coração
e para corações, sobre as experiências de uma pequena parte da minha vida e sobre o modo como tenho me sentido em relação a ela.
De um modo geral, os
casais que enfrentam dificuldades para engravidar tendem a esconder. Não sei se por vergonha ou por ser um assunto íntimo demais para tornar público. Talvez, porque em determinados momentos, inevitavelmente, torna-se um assunto
doloroso demais para comentar com quem quer que seja.
O fato é que em média entre 15% a 20% dos casais estão “escondidos” passando por essa situação (é exatamente isso que você está pensando: apenas 15% a 20%. Somos 'os escolhidos'!).
Conversar sobre o assunto já não doe tanto. E mesmo que doesse, sou adepta da tese de que dor compartilhada é dor amenizada.
Por isso, aqui estou eu: vivendo, escrevendo e compartilhando.
E “Se alguém
me ler será por conta própria e auto-risco.
Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo” (Clarice
Lispector).
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