segunda-feira, 7 de abril de 2014

Como me tornei uma tentante



Ter um filho é - ou pelo menos deveria ser - a mais séria das decisões da vida de uma pessoa. Além da plena consciência da responsabilidade de criar e educar uma criança, o ideal seria que os futuros papais estivessem certos de que a pessoa com a qual estão envolvidos é de fato “a” pessoa para se criar um vínculo para o resto de suas vidas. Também deveriam ter alcançado certa realização profissional ou pelo menos estar com uma situação financeira estabilizada, com dinheiro sobrando (isso acontece com alguém?). Sem esquecer de fazer uma estimativa de quanto as despesas domésticas irão aumentar com a chegada  do bebê  e, porque não, começar a poupar. Ler diversos livros sobre a gravidez, maternidade, primeiros anos do bebê e educação. Ah! A futura mamãe também deveria perder os quilinhos extras para ter uma gravidez mais saudável, fazer atividade física e rever sua alimentação.


Você não fez TUDO isso???  Eu também não observei todos os itens da lista acima (e, sinceramente, acho que pouquíssimas pessoas conseguem preencher todos esses “requisitos”).


Primeiro porque acho que situações perfeitas não existem. Se todo mundo fosse esperar o momento ideal para ter um filho, a espécie já estaria em extinção - ou bem próximo disso.


Segundo, porque eu gostaria muito de ser uma pessoa organizada, metódica, que toma decisões com base na razão. Só que eu caminho na direção oposta. Quase todas as minhas decisões são tomadas com o coração (muitas vezes, inclusive, ignorando fortes sinais de alerta que a razão emite).


Eu nunca fui de sonhar com a maternidade. Ter filhos seria uma consequência natural da vida, tipo “nascer, crescer e reproduzir”. Acontece que no dia do meu casamento parece que foi implantado um “chip” do desejo de ser mãe em mim.  


Sério! Tão logo casei a vontade de ter um filho começou a tomar conta da minha pessoa.


Resolvi esperar um pouquinho antes de manifestar esse desejo. Recém-casada chegar dizendo “oi, casamos, vamos ter um bebê?” o marido ia correr assustado, né?


Era finalzinho do mês dezembro. Todo aquele clima de paz e amor que envolve as festas natalinas. Época de fazer planos para o ano que está prestes a iniciar.  Tive uma reação a pílula anticoncepcional. Tinha acabado de fazer um ano de casada. Por que não abandoná-la? Falei para o marido “vamos deixar assim mesmo, se vier um baby, ótimo”. Ele concordou.  Oficialmente foi dada a largada nas tentativas para engravidar. A tia coruja se tornou uma candidata a mãe coruja. Sem pressão, sem neura. Simples assim.


Embora eu (ainda) não estivesse com aquela vontade louca de ser mãe, eu acreditava que ia acontecer tudo naturalmente. Em questão de dois ou três meses estaríamos “grávidos”. 


Só que as coisas não saíram bem como eu planejei e foi assim que teve início a minha “saga” das tentativas para engravidar.

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