domingo, 27 de abril de 2014

A temida histerossalpingografia



As tentativas infrutífera para engravidar estavam completando um ano. Isso, aquele um ano que achei que seria tempo de mais esperando, “já” havia passado. Quando a gente decide que quer ter um bebê nunca imagina que vai passar tanto tempo tentando. 

A minha ginecologista falou que agora tínhamos que investigar (mais, né? Porque aperreei tanto o juízo dela que já tínhamos começado a investigação bem antes disso) e solicitou que eu realizasse uma histerosalpingografia.

O nome por si só já assusta!

Corri para a internet. Descobri que o exame é quase um bicho papão paras as mulheres que estão tentando engravidar. Os comentários que a gente vê são dos mais variados. Algumas mulheres falam que é uma dor insuportável. Outras (pouquíssimas!) falam que não sentiram nada, apenas um leve incomodo.

Bem, eu vou contar a MINHA experiência.

A histerossalpingografia nada mais é do que um raio-x da cavidade uterina e das trompas,  realizado com a injeção de contraste por meio do colo do útero, com o auxílio de uma sonda.  Simples assim.


Quando a gente liga para marcar o exame a atendente informa uma listinha de preparativos (tomar 40 gotas de buscopan 02 horas antes da realização do exame; levar 02 (dois??) absorventes; um preventivo de até 06 meses; e não ter relações sexuais alguns dias antes do exame). Eu tive vontade de dizer “não, obrigada, quero mais marcar não.” Mas, enfim,  a vontade de descobrir se tinha alguma coisa causando infertilidade falou mais alto. E eu marquei.

Tomei o analgésico antes de sair de casa. Cheguei ao consultório mais do que nervosa. 

A médica que realizou o exame foi um amor. A cada procedimento que ela ia realizar ela dizia “agora vou fazer isso. Agora vou fazer aquilo”.

Começou o exame. Você fica naquela “confortável” posição ginecológica, como se fosse fazer um exame de Papanicolau (preventivo). Aí a médica começa: vou limpar a região (acredito que a “região”  nunca esteve tão “limpa”. Tive a impressão que ela utilizou uns 200 pacotes de gases nesse procedimento).

Na minha cabeça o que causava a “dor insuportável” que algumas pacientes relatam era o aparelho utilizado no exame. Que nada! Nem percebi. A sonda é bem fininha. O problema todo foi quando a médica avisou “vou injetar o contraste”. Gente, aí sim, eu senti uma cólica enoooormeeee (também contribuiu o fato de eu ter esperado a tarde quase toda lá. Na hora que finalmente me chamaram para fazer o exame,  é bem provável que o analgésico, que tomei antes de sair de casa, já não tivesse mais efeito algum).

 Eu dei um grito e pedi para a médica parar. Não queria mais fazer o exame.. Minha mãe - sim, eu fui com minha mãe - segurou na minha mão (oi?  Quantos anos eu tenho mesmo? 31? Ou 13?) e mandou a médica prosseguir. O que adiantaria parar ali? Não tinha como ela retirar o contraste injetado.  A médica fez o primeiro raio-x. Depois seguiu injetando contraste e realizando os raios-x. Mas a dor grande mesmo eu só senti com a primeira injeção do contraste. O exame dura de 20 a 40 minutos.

Sai de lá dizendo que se fosse preciso, nunca mais realizaria esse exame novamente.

Hoje, acho que também não é para tanto. É incomodo, doeu bastante, mas a cólica forte passa com alguns minutos. Fica só uma cólica fraquinha, totalmente suportável.  

Se para concretizar o meu desejo de ser mãe eu precisasse fazer novamente, sim eu o faria novamente. Não é nada que causa um trauma para todo o sempre não.

Se você precisa fazer esse exame, coragem! Depois me conta como foi.

E quem já realizou o exame, como foi sua experiência?

domingo, 20 de abril de 2014

O primeiro ano de tentativas...



Hoje, acredito que não é a ansiedade que provoca dificuldades à mulher engravidar. É o fato de ela não engravidar logo que causa uma ansiedade gigante! 

Pelo menos comigo foi assim.

Quatro meses se passaram desde aquele dia em que eu falei para o marido “vamos deixar assim mesmo, se vier um baby, ótimo” e nada de gravidez. Corri para o consultório da minha ginecologista. Falei para ela que tinha liberado desde dezembro e tal, mas ela falou que até um ano de tentativas era normal.  Que só depois de um ano é que se começa a investigar. Vocês sabem o que é um ano desejando cada mês que sua menstruação não venha e quando você menos espera: tchan tchan, chegou ela?!

Mas enfim, fui para casa (não tão conformada, mas estava sem opção). Dois meses depois, voltei no consultório da minha ginecologista. Falei que não, não poderia ser “natural” isso. Insisti tanto que ela solicitou um espermograma para o meu marido e passou um regulador de ciclo para eu tomar por três meses, para em seguida começar um indutor de ovulação (eu tenho ovários policísticos, então a primeira coisa que se pensa é que eu não estava engravidando porque os cistos faziam com que eu não ovulasse).

Fiquei feliz da vida! O resultado do exame do meu marido constatou que está tudo “ok” com ele. Tinha uma amiga que também tinha ovário policístico e fez exatamente esse tratamento e no primeiro mês com o indutor de ovulação, ela engravidou. Estava certa da minha gravidez em breve. Mas nada, de novo.

Com isso, já fazia 08 meses de tentativas e nada. Voltei lá no consultório. Dessa vez chorei horrores. Dizendo que no nosso caso não tinha jeito, que só nos restava a adoção (oi?! drama?!). Minha  ginecologista  é uma santa! Com a maior paciência ela disse que tinha muita coisa a ser feita ainda e solicitou a ultrassonografia seriada.

Exame super simples. A partir do 8° ou 10° dia do ciclo menstrual a gente começa a fazer ultrassons a cada dois dias (mais ou menos isso. O médico que realiza o exame avisa o dia de voltar para repetir) para acompanhar o desenvolvimento do folículo, verificar se há ovulação e o dia mais favorável para a mulher engravidar.

E assim eu fiz. Tive uma ovulação tardia, mas ovulei direitinho. Chegou o dia em que o médico disse: pronto, pode namorar hoje que você vai engravidar.  Mais uma vez a certeza da gravidez surge. Mais uma vez a indesejada  menstruação vem...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Como me tornei uma tentante



Ter um filho é - ou pelo menos deveria ser - a mais séria das decisões da vida de uma pessoa. Além da plena consciência da responsabilidade de criar e educar uma criança, o ideal seria que os futuros papais estivessem certos de que a pessoa com a qual estão envolvidos é de fato “a” pessoa para se criar um vínculo para o resto de suas vidas. Também deveriam ter alcançado certa realização profissional ou pelo menos estar com uma situação financeira estabilizada, com dinheiro sobrando (isso acontece com alguém?). Sem esquecer de fazer uma estimativa de quanto as despesas domésticas irão aumentar com a chegada  do bebê  e, porque não, começar a poupar. Ler diversos livros sobre a gravidez, maternidade, primeiros anos do bebê e educação. Ah! A futura mamãe também deveria perder os quilinhos extras para ter uma gravidez mais saudável, fazer atividade física e rever sua alimentação.


Você não fez TUDO isso???  Eu também não observei todos os itens da lista acima (e, sinceramente, acho que pouquíssimas pessoas conseguem preencher todos esses “requisitos”).


Primeiro porque acho que situações perfeitas não existem. Se todo mundo fosse esperar o momento ideal para ter um filho, a espécie já estaria em extinção - ou bem próximo disso.


Segundo, porque eu gostaria muito de ser uma pessoa organizada, metódica, que toma decisões com base na razão. Só que eu caminho na direção oposta. Quase todas as minhas decisões são tomadas com o coração (muitas vezes, inclusive, ignorando fortes sinais de alerta que a razão emite).


Eu nunca fui de sonhar com a maternidade. Ter filhos seria uma consequência natural da vida, tipo “nascer, crescer e reproduzir”. Acontece que no dia do meu casamento parece que foi implantado um “chip” do desejo de ser mãe em mim.  


Sério! Tão logo casei a vontade de ter um filho começou a tomar conta da minha pessoa.


Resolvi esperar um pouquinho antes de manifestar esse desejo. Recém-casada chegar dizendo “oi, casamos, vamos ter um bebê?” o marido ia correr assustado, né?


Era finalzinho do mês dezembro. Todo aquele clima de paz e amor que envolve as festas natalinas. Época de fazer planos para o ano que está prestes a iniciar.  Tive uma reação a pílula anticoncepcional. Tinha acabado de fazer um ano de casada. Por que não abandoná-la? Falei para o marido “vamos deixar assim mesmo, se vier um baby, ótimo”. Ele concordou.  Oficialmente foi dada a largada nas tentativas para engravidar. A tia coruja se tornou uma candidata a mãe coruja. Sem pressão, sem neura. Simples assim.


Embora eu (ainda) não estivesse com aquela vontade louca de ser mãe, eu acreditava que ia acontecer tudo naturalmente. Em questão de dois ou três meses estaríamos “grávidos”. 


Só que as coisas não saíram bem como eu planejei e foi assim que teve início a minha “saga” das tentativas para engravidar.

sábado, 5 de abril de 2014

O mito do amor incondicional



Dizem que o ser humano só conhece o amor incondicional quando o seu primeiro filho nasce. Eu não sou mãe, no entanto, ouso discordar de tal afirmação. Para mim, é o mesmo que dizer que só se constrói amizades verdadeiras na infância. Eu tenho amigos sinceros que não os conheci quando criança.


Eu tenho algumas sobrinhas e tem mais uma a caminho. De ser tia eu entendo bem.


Lembro quando descobrimos a gravidez de cada uma delas. Até hoje fico emocionada ao recordar os dias em que elas nasceram. Todas as noites, antes de dormir, eu peço a Deus que as proteja e as torne invisível aos olhos mal. Ouvir a voz de uma delas é capaz de transformar qualquer dia difícil em um dia melhor.


Tem momentos que elas me tiram do sério. São desobedientes, mal criadas e fazem ceninhas em público. Nessas horas a gente tem que falar sério e ser firme, não é mesmo? Não, com “tia Cacá” não funciona assim. Basta um sorrisinho daquele bem manipulador para eu voltar a fazer tudo o que elas querem. 


Eu vou às apresentações nos colégios e mesmo que elas façam tudo errado ou que esteja um calor enorme por causa da quantidade de gente, eu adoro e acho tudo lindo! Sim, eu sou uma tia coruja.


É um amor tão grande que às vezes eu tenho a sensação que nem cabe no peito.


 As minhas princesinhas foram geradas no meu coração, eu as amo incondicionalmente.


Ou é um mito que a pessoa só conhece o amor incondicional quando se tem um filho ou eu sou realmente muito abençoada.