segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Menino ou menina?



Para as futuras mamães, de um modo geral, essa pergunta é irrelevante. A partir do momento em que ela recebe o beta positivo, os seus sinceros desejos são apenas no sentido de que o seu bebê venha com saúde. Todo o resto não tem importância.


Por outro lado... vovós, titios e até os papais ficam conjecturando "será que é menino ou menina?" A mãe fica de longe observando aquelas especulações e quando mesmo espera... é mordida pelo bicho da curiosidade.


E se a mamãe ainda tiver o sobrenome “ansiedade” – como eu – fica contanto os dias, literalmente, para descobrir o sexo do bebê.


Eu falei ainda porque cada vez mais acredito que a paciência é a primeira virtude que a mulher que se torna mãe é obrigada a desenvolver. 


No meu caso, como descobri a gestação muito cedo e tinha um histórico de uma gravidez que não evoluiu em razão do embrião ser inviável, tive que repetir o beta algumas vezes para saber se o nível do hormônio estava  aumentando de forma satisfatória e eu realmente poderia me considerar grávida. Foi uma semana que pareceu uma eternidade. 


Depois, veio a tal dor misteriosa que tudo indicava que desapareceriam por volta da 12ª a 14ª semana de gestação, quando o corpo lúteo não estivesse mais lá.  Mais espera. Mais paciência. Mais aprendizagem de dar tempo ao tempo.


Aí a gente fica aguardando realizar o exame de translucência nucal, desobrir o sexo do bebê, o ultrassom morfológico das 22 semanas, recebe o resultado com a conclusão de que há "presença de incisura proto-diastólica bilateral com sugestão para realizar doppler na 26ª semana de gestação", aprende a não pesquisar na internet o que isso significa, espera as 26ª, fica de repouso novamente e assim vai...


Definitivamente ansiedade e maternidade não combinam. Nós somos “forçadas” a aprender a esperar desde muito cedo.


Voltando à descoberta do sexo do nosso bebê. Lá Fomos nós –   sempre vamos em comitiva às ultras, eu, o marido e a minha mãe –  para a ultrassonografia morfológica do primeiro trimestre, a translucência nucal.


O médico mede, vê que está tudo bem, todo mundo fica feliz e aí eles dois não se contêm e soltam a pergunta: mas, e aí doutor, é possível dar um chute no sexo do bebê? O médico dá um risinho e explica pacientemente que o órgão genital do bebê só será completamente externalizado  com 16 semanas. Que naquela fase da gestação,  11 semanas e 6 dias,  não passa de um palpite baseado na inclinação do ângulo do tubérculo genital do feto.


Meninas possuem o ângulo do tubérculo genital mais reto com a coluna, enquanto o dos rapazes têm uma angulação de cerca de 30°.


OK. Mas e aí, como está o tal tubérculo genital do nosso bebê??

Eis a resposta: o do seu bebê está mais para reto com a coluna e... e ele não completou a frase, porque a gente falou logo "é menina!". Ele bem sério falou, não, eu só estou dizendo que se fosse para dar um palpite, pela inclinação do tubérculo genital, seria uma menina, mas se algum de vocês disserem que eu falei que é uma menina eu digo que é mentira. É muito cedo para afirmar isso. Não saíam dizendo por aí que é uma menina.


Definitivamente, minha mãe e meu esposo “não ouviram” a parte do não saiam dizendo por aí que é uma menina.  Ela falou para todo mundo que era quase certeza que seriam avó de mais uma menina. Ele passou a se referir ao nosso bebê como “ela”. Só  conseguíamos ficar pensando em nome de meninas.


Como estava muito no início da gestação, o processo de desenvolver a paciência e aprender a esperar estava muito no início também. Resultado: Fui fazer outro exame de ultrassom com 13 semanas e 6 dias, supostamente seria a translucência (eu não queria dizer a médica que já tinha um palpite), mas estávamos mesmo interessando em fazer o ultrasom com essa médica que, segundo informações, “nunca erra o sexo do bebê” e, inclusive, tinha visto o sexo de duas das minhas sobrinhas super cedo.


No dia e hora marcada, lá está, de prontidão, a comitiva de sempre. ASSIM que a médica colocou o ultrassom na minha barriga ela fez a pergunta: querem saber o sexo do bebê?? Respondemos afirmativamente, mas todos estávamos relaxados esperando a confirmação de que seria uma menina.


E ela responde: é um rapaz. 


Eu suspeito que o nosso príncipe pensou: eu tenho que mostrar logo quem sou, para ver se eles param de me chamar de ela! Por isso, ele estava posicionado de tal forma que a médica não teve dúvidas.


Nós demos um grito dentro da sala: o quê???????? Eu levanto a cabeça para olhar melhor o monitor e ter a confirmação visual da informação recebida. Meu esposo perguntou não menos de 05 vezes se ela tinha certeza. Estávamos com uma fisionomia de tamanho espanto  que a médica ficou certa de que estava diante de uma família de loucos, como se não houvesse 50% de chances de isso acontecer.


Certamente essa foi um dos ultrassons mais emocionantes dessa gravidez. Eu não consigo descrever com palavras a euforia e a emoção daquele dia. Foi a descoberta do sexo do nosso bebê. Foi a surpresa. Foi saber da chegada do primeiro neto na família. Foi especial.


P.S.: Até hoje, um milhão de ultrassons depois, a gente pergunta ao médico se ele tem certeza de que é um menino. E ele falta pouco responder “vocês estão cegos?? Olha aqui o pinto do garoto.