quinta-feira, 24 de julho de 2014

Teste de fertilidade



Quem andou conversando comigo nos últimos tempos escutou eu afirmar que estou meio assim, sei lá, sem muita disposição para fazer isso ou aquilo para engravidar. Entrei em uma de acreditar verdadeiramente que quando estivermos prontos (papai, mamãe e bebê) ele simplesmente virá.

Mas... quem é (ou foi) uma tentante de verdade sabe que desapegar totalmente da ideia é impossível! E que por mais que nós acreditemos que quando for “a hora certa” o filhote chegará, a gente sempre pensa “por que não dar uma forcinha à natureza?"

Apesar de estar a mais de um ano tentando engravidar, na minha “santa” ignorância, eu não conhecia uma “ferramenta” simples e que pode ser bastante útil: os testes de ovulação vendidos em farmácias (um método bem mais prático do que a realização do ultrassom seriado).

Li alguma coisa a respeito e sai à procura do tal teste de fertilidade nas farmácias da minha cidade e não encontrei. Então fiz o pedido pela internet (https://www.farmadelivery.com.br/ ). Ficou um pouco mais caro, em razão do frete, mas o teste em si tem um preço bem acessível, entre R$ 25,00 a R$ 35,00.

Como eu não conhecia nem o produto, nem a farmácia, eu encomendei apenas uma caixa contendo 05 fitas testes.

A farmácia foi super pontual no prazo de entrega do produto.

O teste é simples. Ele identifica a presença do hormônio luteinizante (conhecido como LH) no organismo, uma vez que “Durante o ciclo menstrual, somente uma pequena quantidade de LH é produzida, porém, no meio do ciclo, a quantidade deste hormônio aumenta repentinamente por um breve período. Este aumento é chamado de pico de LH e é o causador da ovulação”.



Como eu tenho um ciclo beeeem irregular, fiquei toda animadinha, acreditando que o teste seria de extrema utilidade. No entanto, achei meio decepcionante.

Na bula vem uma tabelinha que relaciona o dia de iniciar os testes com a duração do ciclo menstrual. Assim:


Oras, se o meu grande problema é este, eu nunca sei de quantos dias será o meu ciclo, então, eu fiquei meio perdida de quando começar a fazer o teste.

Na verdade, para fazer o teste com uma probabilidade maior de sucesso, eu teria que ter comprado no mínimo duas caixas (10 fitas) e fazer o teste todos os dias, até aparecer as benditas duas listinhas rosas (as sonhadas duas listinhas, até no teste de fertilidade é difícil!).

Enfim,  no meu caso, com apenas 05 fitas teste e com um ciclo louco, o teste não foi útil. Ainda vou decidir se peço o estoque inteiro da farmácia e faço todos os dias até aparecer as duas listinhas rosas ou não. 

Também vou decidir se volto a minha ginecologista para saber se não seria o caso de tomar o regulador de ciclo novamente. Ou se procuro outro médico que me recomendaram. Não sei. Estou completamente assim, “sei lá”.

Por enquanto, eu ainda continuo sem disposição para retomar a “batalha” para engravidar. E não vou pedir os testes de ovulação. Nem vou a minha médica. Nem ao outro médico.

Por hora, vou continuar sei lá, quieta e esperando para ver se “a hora certa” chegar naturalmente.

Caso mude de ideia, eu aviso.

E vocês, alguém já utilizou o teste? Foi uma experiência mais bem sucedida do que a minha?

Obs.: eu vi que tem uns testes de fertilidade digitais também. Mas o que encontrei vem com apenas sete fitas teste e no site não havia nenhum comentário acerca da venda separada das fitas.

domingo, 6 de julho de 2014

"Eu apenas vivo ao correr do tempo”

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando (...) Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada. Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro... " Clarice Lispector.

Estava eu, despretensiosamente, folheando um dos livros sobre Clarice Lispector, quando me deparo com essa citação. De imediato pensei em transcrevê-la aqui, porque acredito que dificilmente encontrarei outra que traduza de forma tão fiel a “filosofia” desse blog.

Já declarei que minha relação com a escrita é terapêutica. Escrevo por uma necessidade minha.

Não me entendam mal. Eu fico super contente quando sei que alguém leu um dos meus posts. Eu amo receber comentários, e-mail ou mensagens in box de pessoas que se identificaram com o que escrevi. Eu me sinto extremamente feliz - e como se tivesse recebido uma espécie de recompensa - quando alguém vem me dizer que está acompanhado o blog ou que se sentiu emocionado com algumas de minhas palavras. "Encontrei nisso um prazer que não consigo traduzir", de verdade.

Eu só tento deixar claro que o objetivo do blog não é o de escrever textos “técnicos”, abordando de maneira quase profissional como engravidar ou acerca da gravidez, bebês ou maternidade - muito embora eu esteja começando a ter a sensação de que quando se trata de tentativas para engravidar, eu estou praticamente uma profissional!.

Escrevo com coração e para corações, sobre as experiências de uma pequena parte da minha vida e sobre o modo como tenho me sentido em relação a ela.

De um modo geral, os casais que enfrentam dificuldades para engravidar tendem a esconder. Não sei se por vergonha ou por ser um assunto íntimo demais para tornar público. Talvez, porque em determinados momentos, inevitavelmente, torna-se um assunto doloroso demais para comentar com quem quer que seja.

O fato é que em média entre 15% a 20% dos casais estão “escondidos” passando por essa situação (é exatamente isso que você está pensando: apenas 15% a 20%. Somos 'os escolhidos'!).

Conversar sobre o assunto já não doe tanto. E mesmo que doesse, sou adepta da tese de que dor compartilhada é dor amenizada.

Por isso, aqui estou eu: vivendo, escrevendo e compartilhando.

Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco. Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo” (Clarice Lispector).