Na minha adolescência eu tinha uma tendência (ainda maior) de ser melodramática. Eu costumava utilizar diários ou agendas como confidentes das minhas angústias. Também era comum escrever longas cartas às minhas melhores amigas narrando os meus dramas existenciais (e haja paciência delas!)
Não foram poucas as vezes que depois desses desabafos, além de me sentir mais serena, eu consegui ver a situação de outra forma.
De uns anos para cá, eu tinha vontade de escrever um blog. No entanto, elaborar um diário on-line não seria adequado, tão pouco seguro fazer uma exposição da minha vida assim, na internet. E a ideia foi ficando adormecida.
Não foram poucas as vezes que depois desses desabafos, além de me sentir mais serena, eu consegui ver a situação de outra forma.
De uns anos para cá, eu tinha vontade de escrever um blog. No entanto, elaborar um diário on-line não seria adequado, tão pouco seguro fazer uma exposição da minha vida assim, na internet. E a ideia foi ficando adormecida.
O que reacendeu a vontade de criar um blog foi aquela mania da adolescente melodramática de escrever para serenar a alma.
Noutro dia estava assistindo a uma reportagem de uma escritora que afirmou que quem escreve quer ser lido. É, deve ser verdade. Entretanto, no meu caso, foi muito mais uma necessidade minha de falar sobre algo que estava doendo do que a intenção de obter leitores.
Porque a vida é assim: quando menos se
espera (dessa vez literalmente), o jogo vira.
Naquela mesma noite, depois que relaxamos em razão do nível do beta hcg ter aumentado de forma satisfatória (embora ainda não ideal), quando fui ao banheiro antes de dormir, vi uma manchinha de sangue no papel higiênico.
Naquela mesma noite, depois que relaxamos em razão do nível do beta hcg ter aumentado de forma satisfatória (embora ainda não ideal), quando fui ao banheiro antes de dormir, vi uma manchinha de sangue no papel higiênico.
Tentei manter a calma, afinal, já
tínhamos superado uma cirurgia, o hormônio havia triplicado, o sangue era muito
pouquinho, ainda marrom. Fui dormir.
Pela manhã, o sangue já era vermelho vivo, as cólicas bem fortes e o fluxo mais intenso. Não tinha mais como ter esperanças.
Pela manhã, o sangue já era vermelho vivo, as cólicas bem fortes e o fluxo mais intenso. Não tinha mais como ter esperanças.
O dia foi péssimo. Senti tanta
cólica que nem deu tempo de pensar sobre o que estava de fato acontecendo. Umas 18h já tinha tomado tanta medicação que adormeci. Meu
marido me acordava na hora de repetir os remédios e eu voltava a dormir. Sonhei a noite inteira com crianças.
As cólicas diminuíram. Aí foi a vez do coração começar a doer; de “perceber” o que de fato aconteceu. E então eu chorei... nesse período meu marido e eu tínhamos rezado muito. Muito mesmo. Praticamente
quase todo momento que estávamos juntos. Entregamos a nossa família nas mãos Deus e nos comprometemos a aceitar a vontade Dele, mesmo que não coincidisse com a nossa naquele
momento. E assim o fizemos. Choramos e rezamos mais um pouco.
Fiz um novo ultrassom. A “diminuta imagem
anecóica” realmente não estava mais lá...
Eu senti uma necessidade enorme
de ler e reler histórias de outras mulheres que passaram por isso. Depois
decidi que precisava escrever. Mesmo que ninguém fosse ler as minhas histórias.
Então, mesmo sendo verdade que
quem escreve quer ser lido, naquele momento isso era o que menos importava
para mim.
Eu precisava virar essa página.
E por que não começar algo novo que eu sempre tive vontade de fazer?
Querida sobrinha, parabéns pela coragem de expor a experiência de vocês.
ResponderExcluirNão és a primeira nem serás a última a provar dessas situações dolorosas.
Parabéns pelo blog. Abraços para todos.
Obrigada tio! Beijo em todos por aí também.
ExcluirCatarina, realmente para nós pobres mortais é muito difícil entendermos a vontade de Deus, mas Ele sabe tudo, e nunca nos dá um fardo maior do que podemos carregar. Agora não deve estar fazendo sentido o ocorrido, pois demoramos a entender, mas quando vier a bonança a compreensão virá junto e vocês irão se sentir muito mais fortes. Que Deus os abençoe e encha esses corações de muito amor e serenidade. Beijos e fica com Deus.
ResponderExcluirObrigada!
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