quarta-feira, 6 de agosto de 2014

“Será que nesse mês deu certo, em?”



Eu preciso confessar uma coisa: eu ando me distanciando cada vez mais dos babys assuntos. 

Diversas outras coisas estão ocupando minha mente e meu coração.  Eu não consegui engravidar ainda e estou bem feliz (não por isso, lógico). Até bem pouco tempo isso me parecia de uma incompatibilidade absoluta!

Por mais distante que esteja do assunto, quando se aproxima o 30° dia do meu ciclo, começa a novelinha mexicana.

Eu sou capaz de dar um doce se descobrir alguém que tem uma menstruação mais louca que a minha!

Mesmo assim, o desejo fala mais alto e eu deixo toda a racionalidade de lado. “Esqueço” que tenho um ciclo irregular e que o fato de eu não menstruar no 30° dia do ciclo não representa (nem de longe) um sinal de que estou grávida.

Dá-se início ao “será que nesse mês deu certo, em?".

Os dias subsequentes são de pura expectativa, até a indesejada chegar.

E essa cena se repete todos os meses.

No último mês, eu comecei a sonhar todas as noites com um bebê. Devo agendar uma consulta com o psiquiatra?

Sim, o sonho. Não tinha muita coisa, era só eu sentindo um prazer indescritível por estar com o bebê nos braços. Acordava como se aquilo fosse verdade e sentindo uma felicidade incrível. Eu comecei a me sentir grávida.

 E a menstruação atrasou 10 dias. 

Passei a receber, diariamente, mensagens (no plural mesmo) através do whatsapp com a mesma pergunta: veio? 

A expectativa, agora, não era mais só minha.

Só que eu não queria fazer outro beta sem ter “certeza” da gravidez. Não só pela frustração de abrir mais um envelope com o “negativo”, mas também porque já estou com vergonha do pessoal do laboratório. 

 Eu tenho a sensação de que quando estou chegando próximo à porta, eles comentam “lá vem aquela mulher do beta”.

Enfim, resolvi ir primeiro a minha ginecologista. Falei que só faria outro exame de sangue se houvesse algum indício clínico de uma gravidez. 

Ela fez um toque e além da ausência de sinal de menstruação, ela falou que o colo do meu útero estava mole. Mandou fazer o beta sim.

Bingo?!

Por mais que eu não quisesse me animar muito, a emoção tomava conta de mim. Fui deitar pensando em como eu iria dar a notícia para cada pessoa que espera por ela há tanto tempo.

 E assim adormeci.

De manhã cedo, resolvi encarar a vergonha. Eu sempre vou ao mesmo laboratório porque é o que entrega o resultado com maior rapidez.

A recepcionista perguntou: já tem cadastro aqui? Eu respondi: sim, sou a louca do beta. Ela: oi?! 

Fiz o teste e fui trabalhar. Por sorte, eu estava bem ocupada naquela manhã, o que me obrigou a ficar com a mente preenchida por boa parte do tempo que esperava.

Por outro lado, eu nem estava com tanta pressa para pegar o resultado, porque eu já “sabia” que ia dá positivo mesmo.

Contrariando toda a minha intuição de m..., veio mais um negativo. 

E por mais lindo que o dia estivesse lá fora, o meu mundo ficou nublado...

Eu não chorei na hora. Mas à noite, eu tive uma crise de choro como nunca antes.

Dos sonhos de como contar a boa nova ao coração em caquinho, mais uma vez. 

Pelo menos 01 dia, durante o mês, de uma "tentante" termina assim: