Eu preciso confessar uma coisa:
eu ando me distanciando cada vez mais dos babys assuntos.
Diversas outras
coisas estão ocupando minha mente e meu coração. Eu não consegui engravidar ainda e estou bem feliz (não por isso,
lógico). Até bem pouco tempo isso me parecia de uma incompatibilidade absoluta!
Por mais distante que esteja do
assunto, quando se aproxima o 30° dia do meu ciclo, começa a novelinha
mexicana.
Eu sou capaz de dar um doce se
descobrir alguém que tem uma menstruação mais louca que a minha!
Mesmo assim, o desejo fala mais
alto e eu deixo toda a racionalidade de lado. “Esqueço” que tenho um ciclo
irregular e que o fato de eu não menstruar no 30° dia do ciclo não representa
(nem de longe) um sinal de que estou grávida.
Dá-se início ao “será que nesse mês deu certo, em?".
Os dias subsequentes são de pura
expectativa, até a indesejada chegar.
E essa cena se repete todos os
meses.
No último mês, eu comecei a
sonhar todas as noites com um bebê. Devo agendar
uma consulta com o psiquiatra?
Sim, o sonho. Não tinha muita
coisa, era só eu sentindo um prazer indescritível por estar com o bebê nos braços.
Acordava como se aquilo fosse verdade e sentindo uma felicidade incrível. Eu comecei a me
sentir grávida.
E a menstruação atrasou 10 dias.
Passei a receber, diariamente, mensagens
(no plural mesmo) através do whatsapp com a mesma pergunta: veio?
A expectativa, agora, não era
mais só minha.
Só que eu não queria fazer outro
beta sem ter “certeza” da gravidez. Não só pela frustração de abrir mais um
envelope com o “negativo”, mas também porque já estou com vergonha do pessoal
do laboratório.
Eu tenho a sensação de que quando estou chegando
próximo à porta, eles comentam “lá vem aquela mulher do beta”.
Enfim, resolvi ir primeiro a
minha ginecologista. Falei que só faria outro exame de sangue se houvesse algum
indício clínico de uma gravidez.
Ela fez um toque e além da
ausência de sinal de menstruação, ela falou que o colo do meu útero estava mole. Mandou fazer o beta sim.
Bingo?!
Por mais que eu não quisesse me
animar muito, a emoção tomava conta de mim. Fui deitar pensando em como eu iria
dar a notícia para cada pessoa que espera por ela há tanto tempo.
E assim adormeci.
De manhã cedo, resolvi encarar a
vergonha. Eu sempre vou ao mesmo laboratório porque é o que entrega o resultado
com maior rapidez.
A recepcionista perguntou: já tem
cadastro aqui? Eu respondi: sim, sou a louca do beta. Ela: oi?!
Fiz o teste e fui
trabalhar. Por sorte, eu estava bem ocupada naquela manhã, o que me obrigou a
ficar com a mente preenchida por boa parte do tempo que esperava.
Por outro lado, eu nem estava com
tanta pressa para pegar o resultado, porque eu já “sabia” que ia dá positivo
mesmo.
Contrariando toda a minha
intuição de m..., veio mais um negativo.
E por mais lindo que o dia
estivesse lá fora, o meu mundo ficou nublado...
Eu não chorei na hora. Mas à
noite, eu tive uma crise de choro como nunca antes.
Dos sonhos de como contar a boa
nova ao coração em caquinho, mais uma vez.
Pelo menos 01 dia, durante o mês, de uma "tentante" termina assim: