quinta-feira, 29 de maio de 2014

Puro amor


Definitivamente, felicidade se acha é em horinhas de descuido!

Todos os dias - sem exceção - minha sobrinha mais nova pede para que eu a leve para a minha casa. Hoje, saímos a tarde e no caminho de volta ela fala "tia Cacá, eu quero ir para a sua casa" (como o esperado). Eu tento argumentar, sem a menor possibilidade de sucesso, para que ela se convença a ir para a casa dela, mas ela continua insistindo.

Eis que temos o seguinte diálogo:

Ela: - Eu quero ir para a sua casa.

Eu: - Por que você gosta tanto de ir para a minha casa? O que tem lá que você gosta?

Ela: - Eu gosto de você.

tia Cacá:


Quem consegue adivinhar para onde ela foi??





quarta-feira, 21 de maio de 2014

Um brinde à vida!



A recomendação médica é que temos que esperar três meses para podermos voltar a pensar em engravidar. Um mês já se foi.

Confesso que os sentimentos nesse período foram bem contraditórios.

Ao mesmo tempo em que a vontade de ter um bebê foi multiplicada por mil, tem momentos que eu sinto uma enorme sensação de liberdade. Estranho?

Foi mais de um ano vivenciando uma tensão mês a mês. Agora não. Serão três meses de férias. Por mais que eu queira, eu estou “proibida” de tentar engravidar. E isso faz com que eu me sinta livre.

Mesmo a médica tendo me garantido que a gravidez não evoluiu porque a célula-ovo não era viável e que isso acontece com certa frequência, de algum modo ficou registrado no meu inconsciente que a culpa foi minha.  Que eu não estava cuidando da minha saúde de forma adequada: pouca atividade física, péssima alimentação e (no mínimo) uns 08 quilos acima do meu peso ideal.

Resultado: nos primeiros dias eu fiquei meio neurótica com a minha saúde. Assim que fui liberada para sair de casa, corri para uma farmácia e comprei alguns suplementos de vitaminas. Como ainda não podia iniciar atividades físicas, controlar a alimentação era a única saída para perder peso. Eu olhava para as comidas e pensava “que nutrientes eu vou adquirir comendo isso?” (acreditem, isso de fato aconteceu comigo! Infelizmente, essa neura já está passando).

Também fiz uma pequena listinha de várias coisas que gosto de fazer, mas que com a chegada de um bebê em casa ficaria mais limitada (uma espécie de prêmio de consolação bem fajuta).

Meio que por coincidência, nós fomos convidados para um casamento e fizemos jus ao ditado “não temos criança em casa esperando por nós”. Bebemos quase todas (literalmente), dançamos a noite inteira e nos divertimos muito. Apesar da ressaca gigante no dia seguinte, valeu a pena. Eu me senti super zen. Como se eu tivesse colocado para fora tudo de negativo que tínhamos vivenciado nos últimos dias.

E na segunda-feira eu estava novinha em folha. Consegui concentração para dar continuidade a uns trabalhos pendentes. Fui liberada para fazer exercícios físicos e retomei as caminhadas. O coração está tranquilo. Eu me sinto em paz.

E assim é a vida que segue!




quarta-feira, 7 de maio de 2014

Quem "escreve" seus males espanta



Na minha adolescência eu tinha uma tendência (ainda maior) de ser melodramática. Eu costumava utilizar diários ou agendas como confidentes das minhas angústias. Também era comum escrever longas cartas às minhas melhores amigas narrando os meus dramas  existenciais (e haja paciência delas!)

Não foram poucas as vezes que depois desses desabafos, além de me sentir mais serena, eu consegui ver a situação de outra forma.

De uns anos para cá, eu tinha vontade de escrever um blog. No entanto, elaborar um diário on-line não seria adequado, tão pouco seguro fazer uma exposição da minha vida assim, na internet. E a ideia foi ficando adormecida.

O que reacendeu a vontade de criar um blog foi aquela mania da adolescente melodramática de escrever para serenar a alma. 

Noutro dia estava assistindo a uma reportagem de uma escritora que afirmou que quem escreve quer ser lido. É, deve ser verdade. Entretanto, no meu caso, foi muito mais uma necessidade minha de falar sobre algo que estava doendo do que a intenção de obter leitores. 

Porque a vida é assim: quando menos se espera (dessa vez literalmente), o jogo vira.

Naquela mesma noite, depois que relaxamos em razão do nível do beta hcg ter aumentado de forma satisfatória (embora ainda não ideal), quando fui ao banheiro antes de dormir, vi uma manchinha de sangue no papel higiênico.  

Tentei manter a calma, afinal, já tínhamos superado uma cirurgia, o hormônio havia triplicado, o sangue era muito pouquinho, ainda marrom. Fui dormir.

Pela manhã, o sangue já era vermelho vivo, as cólicas bem fortes e o fluxo mais intenso. Não tinha mais como ter esperanças. 

O dia foi péssimo. Senti tanta cólica que nem deu tempo de pensar sobre o que estava de fato acontecendo. Umas 18h já tinha tomado tanta medicação que adormeci. Meu marido me acordava na hora de repetir os remédios e eu voltava a dormir. Sonhei a noite inteira com crianças.

As cólicas diminuíram. Aí foi a vez do coração começar a doer; de “perceber” o que de fato aconteceu. E então eu chorei... nesse período meu marido e eu tínhamos rezado muito. Muito mesmo. Praticamente quase todo momento que estávamos juntos. Entregamos a nossa família nas mãos Deus e nos comprometemos a aceitar a vontade Dele, mesmo que não coincidisse com a nossa naquele momento. E assim o fizemos. Choramos e rezamos mais um pouco.

Fiz um novo ultrassom. A “diminuta imagem anecóica” realmente não estava mais lá...

Eu senti uma necessidade enorme de ler e reler histórias de outras mulheres que passaram por isso. Depois decidi que precisava escrever. Mesmo que ninguém fosse ler as minhas histórias. 

Então, mesmo sendo verdade que quem escreve quer ser lido, naquele momento isso era o que menos importava para mim.

Eu precisava virar essa página.

E por que não começar algo novo que eu sempre tive vontade de fazer?

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Tempo de boas notícias!



Depois da histerossalpingografia eu tive duas notícias, uma boa e uma ruim. Hoje vou contar apenas a boa. 

Tudo começou com uma dor abdominal. Achei que era alguma coisa intestinal e tentei marcar o gastro. Só tinha vaga dali a um mês.  A dor estava aumentando e eu decidi ir a um hospital. A médica que me atendeu "confirmou" que o problema era intestinal, mas que por “desencargo de consciência” iria solicitar um beta hcg qualitativo.

E adivinha qual foi o resultado?? Sim, deu positivo!

A minha ginecologista havia comentado que são recorrentes os casos de mulheres que engravidam logo após a realização da histerossalpingografia.  A  passagem do contraste pode retirar alguma obstrução leve (aquela “dorzinha” tinha que servir para alguma coisa, não acha?). Embora ciente dessa informação, eu nunca imaginei que no mês seguinte ao exame eu ficaria grávida.

Voltando ao resultado do exame, eu, estranhamente, já que esperava por esse resultado há 01 ano e 03 meses, fiquei com aquele resultado na mão sem esboçar nenhuma reação. Não liguei para ninguém. Eu simplesmente não acreditei que fosse verdade.

Fui buscar meu esposo no trabalho e não falei nada. Quando mostrei o resultado ele achou que o exame era de outra pessoa.  Como podia eu não está em festa? Como tinha dito que não tinha novidade alguma? 

Todo mundo faz um teste de gravidez e diz “estou grávida!”. Eu, com o resultado do beta na mão, dizia “o resultado deu positivo” e não “eu estou grávida”. 

No dia seguinte fui a minha ginecologista.  Queria fazer um beta quantitativo e um ultrassom. O beta acusou 100 mUl/ml. Na nossa "santa" ignorância achamos que isso era altíssimo. A conclusão da ultra foi a de uma "diminuta imagem anecóica intra-uterina compatível com saco gestacional". 

É, talvez eu  estivesse mesmo grávida.

Minha mãe ficou eufórica! Saímos do consultório direito para a uma loja de bebê. Lá eu não resisti. Chorei vendo todas aquelas coisas fofas de bebês. Chorei lembrando de como nós tínhamos esperado e sonhado com aquele momento. Ganhamos a primeira roupinha. A noite minha irmã chegou ao nosso apartamento com uma meinha vermelha. Eu estava feliz, mas alguma coisa me impedia de ficar alegre por inteira.

Nesse período as dores aumentaram. Estava tomando analgésico a cada 4h horas. A médica disse que não era normal.  Dores intensas só ocorrem em gravidez dupla ( hãmm?!) ou em gravidez extra uterina.

Então eu fiz nova ultra. O médico identificou um líquido na cavidade uterina e diante dos outros sintomas afirmou que deveria ser considerada a possibilidade de uma gravidez ectópica também. Sai praticamente da sala de ultrassom para o centro cirúrgico. 

Não havia gravidez ectópica. Tinha um cisto no ovário, apenas isso.

 E o bebê estava lá (!) direitinho no útero. 

O problema mesmo era o nível do hormônio beta hcg que estava muito baixo (por volta de 300 mUl/ml). A médica advertiu da possibilidade de ser um embrião inviável. Aumentou a dosagem de progesterona e pediu para aguardamos 04 dias para então repetir o beta. Para nós esses quatro dias pareceram 04 anos! 

Tentei ocupar minha mente de diversas formas para o tempo passar mais rápido. Como estava de repouso por causa da cirurgia as opções era limitadas, mas assisti vários filmes, li um livro praticamente todo, conversei muito através do whatsapp .

Chegou o dia tão esperado. Fizemos o beta. Ansiedade a mil para pegar o resultado. E?? O hormônio havia triplicado!! Passei à tarde com minha mãe, escolhendo possíveis nomes, pensando no enxoval e todos os assuntos de bebê. Meu marido chegou do trabalho numa alegria só. Agora sim, comecei a me sentir grávida de verdade!